por: José Augusto de Oliveira Maia
17.04.2022
por: José Augusto de Oliveira Maia
17.04.2022
por: José Augusto de Oliveira Maia
29/08/2021
Esta série de estudos foi ministrada pelo autor deste artigo na Igreja Batista de Pinheiros, na classe de discipulado chamada Classe Beta, para novos convertidos, entre o final de 2020 e o início de 2021.
A VIDA DA IGREJA NA EXPECTATIVA DO JUÍZO FINAL
Na quarta parte de nosso estudo, vimos em II Pedro 3:1 - 10 que o apóstolo apelava novamente à memória dos discípulos, e alertava contra aqueles que negavam o ensino sobre a segunda vinda de Cristo; ele responde a este falso ensino usando o exemplo do Dilúvio, mostrando que a estabilidade de então não assegurava a inexistência do juízo, assim como Jesus também alertou neste sentido com o exemplo de Sodoma e Gomorra; por outro lado, a aparente demora é um indicativo da misericórdia e paciência de Deus, almejando a salvação das almas, e a promessa da segunda vinda de Cristo permanece, pois Deus não mente.
Assim, Pedro conclui sua carta, diante da expectativa do Juízo Final (II Pedro 3:11 - 13), voltando ao ponto inicial, quanto trata do nosso crescimento espiritual (II Pedro 1:5 - 8), sempre sobre o alicerce da fé recebida com a proclamação do Evangelho (II Pedro 1:1); ele insiste que a fé verdadeira no Evangelho de Cristo impede que vivamos uma vida cristã prática inoperante e improdutiva, e assim nosso viver deve ser santo e piedoso, oposto ao viver dissoluto dos que seguem os conceitos do mundo e/ou as heresias ensinadas pelos falsos mestres; com base nessa fé e na promessa de Deus, um dia viveremos em um novo céu e em uma nova terra, onde as virtudes espirituais serão a regra, e não a exceção, para a glória de Deus (Isaías 66:22)!
Pedro segue nos exortando (II Pedro 3:14 - 16) quanto ao zelo pela nossa vida espiritual, e reforça que o tempo de espera reflete a paciência de Deus em prol da salvação daqueles que ainda não se arrependeram (II Pedro 3:8, 9); ele ressalta que seu ensino a este respeito é o mesmo de Paulo, e ao reafirmar a condenação daqueles que distorcem tanto as cartas do apóstolo quanto as "demais Escrituras", Pedro põe em pé de igualdade a autoridade de ambos os textos divinamente inspirados, condenando os falsos mestres e seus discípulos.
Concluindo (II Pedro 3:17, 18), uma vez que temos todo este conhecimento, devemos nos empenhar para não sermos enganados pelos ensinos de falsos mestres (II Pedro 2:18; Tiago 1:21), mas crescermos na graça e no conhecimento de Cristo; não devemos ter esperança em nosso próprio esforço e disciplina para amadurecermos na fé e termos uma vida aprovada por Deus; nossa fé tem que estar única e exclusivamente na pessoa e na obra de Jesus Cristo realizada na cruz por nós, e nossa esperança de redenção deve permanecer firmada somente n'Ele.
por:
José Augusto de Oliveira Maia
28/04/2021
Fui surpreendido outro dia com uma frase, intitulada de "Oração poderosa", através da qual a pessoa pedia uma graça a Deus, concluindo com a afirmação: "O milagre acontecerá em 4 dias."
Confesso minha tristeza ao ver pessoas, inclusive no meio evangélico, apegando-se a este tipo de prática, na qual vejo dois graves perigos para quem a adota:
a) atribuir o poder que pertence a Deus (Salmo 62:11) a uma oração padrão
b) querer estabelecer um prazo dentro do qual necessariamente Deus efetuará o milagre desejado
Imagino que você possa me perguntar: "Mas Tiago não afirma que a oração do justo é poderosa em seus efeitos?" (Tiago 5:16); sim, com certeza; mas quero recordar a você o exemplo que Tiago deu para ilustrar esta afirmação.
Na sequência, ele cita o profeta Elias e a ocasião em que Deus enviou uma seca sobre Israel por causa dos pecados do rei Acabe (I Reis 17:1 e seg.); no caso concreto, não foi pela mera iniciativa do profeta que veio a seca sobre o país, mas como castigo enviado por Deus contra a rebelião do rei e do povo, como o Senhor já havia prometido a Israel desde os tempos de Moisés (Deuteronômio 28:15 - 68); e somente quando o Senhor pronunciou Sua palavra, choveu novamente (I Reis 18:1); não era a palavra ou a oração do profeta que determinava a ação de Deus, mas ele servia apenas como anunciador da vontade divina; Deus é o controlador de tudo o que existe, e não é subordinado à palavra de qualquer homem ou mulher.
Além disso, cumpre observarmos que o mesmo Deus que anunciou a seca através do profeta, também usou o mesmo profeta para milagrosamente prover sustento para a viúva e cura para seu filho (I Reis 17:7 - 24), e para desafiar 850 pagãos idólatras, 450 profetas de Baal e 400 profetas de Asera, com fogo do céu no monte Carmelo (I Reis 18:16 - 40); veja que era um exemplo de homem de Deus com o qual, duvido, qualquer um de nós queira comparar-se nos dias de hoje.
E quero que você recorde que o mesmo Tiago, comparando-nos com uma neblina passageira, exortou-nos a dizer: "Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo." (Tiago 4:13 - 16); ou seja, nossos planos, projetos e desejos devem ser submetidos à vontade de Deus, o qual nos atenderá apenas em conformidade com Sua vontade (I João 5:14).
Assim, Deus nos faz uma séria advertência, para não nos deixarmos levar por esse tipo de prática, a qual em nada se apoia na Palavra de Deus, e sim em costumes supersticiosos e pagãos, que não condizem com a vida que Deus quer para seus filhos.
Deus abençoe você!
por: José Augusto de Oliveira Maia
26/04/2021
Esta série de estudos foi ministrada pelo autor deste artigo na Igreja Batista de Pinheiros, na classe de discipulado chamada Classe Beta, para novos convertidos, entre o final de 2020 e o início de 2021.
A NEGAÇÃO DA VERDADE PELOS FALSOS MESTRES
No segundo capítulo da 2ª epístola de Pedro, nós estudamos sobre os falsos mestres, cujas falsas doutrinas eles proclamam como se fossem a Palavra de Deus; vimos que sua motivação é a cobiça material, seu método é a invenção de estórias, e seu objetivo é explorar materialmente aqueles que os ouvem; os falsos mestres praticam tudo isso em oposição ao ministério dos apóstolos, que sacrificaram suas vidas voluntariamente em testemunho de Cristo e do Evangelho, sendo testemunhas oculares do ministério e da glória do Senhor, trabalhando para sustentar a si mesmos e aos outros, enquanto desenvolviam seus ministérios.
Agora, Pedro prossegue (II Pedro 3:1, 2), apelando mais uma vez à memória dos leitores sobre as palavras dos profetas e o ensino dos apóstolos.
Pedro aponta para um outro engano (II Pedro 3:3, 4), que estava sendo semeado por aqueles que negavam a 2ª vinda do Senhor, argumentando que o mundo segue sempre igual ao longo dos séculos.
Assim, o apóstolo opõe-se a este argumento (II Pedro 3:5 - 10), relembrando a criação do mundo, e sua destruição pelas águas do Dilúvio, afirmando que, da mesma forma, o mundo em nossos dias, embora apareça absolutamente estável, está guardado para o dia do juízo; a estabilidade pré-Dilúvio não foi garantia de que não haveria um juízo de Deus sobre os pecados da Humanidade, e os tempos que vivemos hoje com a pandemia de Covid-19 são um exemplo da mesma realidade: tudo o que parece ser absolutamente estável e seguro pode desfazer-se de uma hora para a outra (Lucas 17:20 - 30).
O tempo contado por Deus não segue padrões humanos (Salmo 90:4); Deus é eterno, sem princípio nem fim, e é na perspectiva da eternidade que Ele decide seus atos e realiza sua vontade; porém, na perspectiva temporal humana, o tempo presente é dado para arrependimento daqueles rebeldes que se recusam a crer na Palavra de Deus (Romanos 2:4); podemos ter como sólida a certeza das promessas do Senhor quanto à sua segunda vinda e ao juízo final (Marcos 13:32 - 37).
E assim, no próximo e último estudo desta série, veremos as implicações disso para a vida cristã prática.
por: José Augusto de Oliveira Maia
29/03/2021
Esta série de estudos foi ministrada pelo autor deste artigo na Igreja Batista de Pinheiros, na classe de discipulado chamada Classe Beta, para novos convertidos, entre o final de 2020 e o início de 2021.
por: José Augusto de Oliveira Maia
23/02/2021
Esta série de estudos foi ministrada pelo autor deste artigo na Igreja Batista de Pinheiros, na classe de discipulado chamada Classe Beta, para novos convertidos, entre o final de 2020 e o início de 2021.
Com esta preocupação, nos versículos 16 a 18 ele destaca a origem dos ensinamentos que entregara aos discípulos, não baseados em estórias inventadas, mas fruto de sua própria convivência com Jesus, presenciando os sinais milagrosos que Ele fez, os quais conferiam autoridade aos Seus ensinamentos, e o testemunho da manifestação gloriosa de Jesus, compartilhado por Tiago e João (Mateus 17:1 - 8).
Com base na manifestação gloriosa de Jesus que ele presenciara, Pedro afirma sua plena confiança na palavra dos profetas do Antigo Testamento, os quais profetizaram sobre Cristo e Sua obra; e exorta seus leitores a prestarem atenção àquelas profecias, "como uma candeia que brilha em lugar escuro"; a autoridade daquela palavra é afirmada na declaração dos versículos 20 e 21: "Antes de mais nada, saibam que nenhuma profecia da Escritura provém de interpretação pessoal, pois jamais a profecia teve origem na vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, impelidos pelo Espírito Santo.".
Assim, Pedro insiste com seus leitores que não desprezem o depósito de fé que receberam, ou seja, tudo aquilo que os apóstolos lhes ensinaram, pois a vida deles só poderia estar firme e segura pela fé no Evangelho, na pessoa e na obra de Cristo, que não era qualquer ensino, mas a verdadeira Palavra de Deus.
Dias difíceis para os discípulos do Senhor estavam se aproximando, com a perseguição promovida por Nero contra eles; a autoridade e segurança das Escrituras era e continua sendo a luz e a certeza para os que creem em Cristo.
Nós não estamos vivendo tempos fáceis, comuns e normais no mundo, e essas coisas nos atingem direta ou indiretamente, todos os dias; nós não sabemos o que acontecerá a cada um de nós e a nossas famílias, especialmente àqueles que creem em Cristo; mas devemos nos lembrar do exemplo que os apóstolos deixaram, testemunhando uma fé inabalável em Cristo, selando essa fé com o próprio sangue, uma vez que sabiam que Aquele de quem testemunhavam e Sua mensagem eram a Verdade de Deus; baseados nesse testemunho, devemos manter nossa fé firme em Cristo (Lucas 21:12, 13; I Pedro 4:12 - 19).
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(1) - SANTOS, João Batista Ribeiro "Dicionário Bíblico" - Ed. Didática Paulista - 2006 - pág. 388
por: José Augusto de Oliveira Maia
31/01/2021
Esta série de estudos foi ministrada pelo autor deste artigo na Igreja Batista de Pinheiros, na classe de discipulado chamada Classe Beta, para novos convertidos, entre o final de 2020 e o início de 2021.
INFORMAÇÕES INICIAIS
Esta é a segunda carta do apóstolo Pedro, cuja intenção, segundo ele, é relembrar aos destinatários ensinamentos já recebidos anteriormente (II Pedro 1:12; 3:1, 2); sendo assim, os destinatários desta segunda carta seguramente são os mesmos da primeira: comunidades cristãs nas regiões do Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia (I Pedro 1:1).
II Pedro 1:1 - 11
A expressão usada pelo apóstolo que mais chama nossa atenção no início desta carta é "pleno conhecimento"; em II Pedro 1:2, o pleno conhecimento de Deus e de Jesus é apresentado como o meio pelo qual recebemos de Deus, de maneira multiplicada, graça e paz; já em II Pedro 1:3, o pleno conhecimento "daquele que nos chamou para sua própria glória e virtude" é o meio através do qual o poder de Deus nos dá "tudo de que necessitamos para a vida e para a piedade".
Já nestes três primeiros versículos, vemos então a importância que o nosso conhecimento de Deus e de Cristo tem para a vida cristã prática: é através dele que recebemos de Deus graça, paz e capacitação para uma vida piedosa; esse conhecimento deve ser buscado através do estudo da Palavra de Deus, na qual Ele se revela para nós, e da vivência com o Senhor em nossas vidas.
Esta operação de Deus em nós tem por objetivo tornar-nos participantes da natureza divina, e nos preservar da corrupção do mundo (II Pedro 1:4).
Ao iniciar esta carta, Pedro refere-se aos destinatários como "aqueles que, mediante a justiça de nosso Deus e Salvador Jesus Cristo, receberam conosco uma fé igualmente valiosa"; tendo recebido esta fé como ponto de partida, há uma vida de comunhão com Deus e testemunho ao mundo a ser construída sobre ela; é este o ponto que Pedro desenvolve entre os versículos 5 e 7.
Virtude: conforme os comentaristas Bruce e Green, esta característica da vida cristã é bem interpretada como retidão moral e bondade prática; nossa vida deve ser conduzida em afastar-se do pecado e na prática do bem, refletindo o caráter de Cristo(1).
Conhecimento: sabedoria que aprende de Cristo, através do estudo da Palavra, a praticar a vontade de Deus.
Domínio Próprio: o controle das próprias paixões nasce e se desenvolve a partir do conhecimento transformador da vontade de Deus; não só um conhecimento intelectual, mas um conhecimento que é usado pelo Espírito Santo para produzir uma transformação gradual em nós, ao contrário dos falsos mestres que Pedro denuncia mais adiante na carta (II Pedro 2:10; 3:3).
Perseverança: fruto da confiança nas promessas de Deus, ajuda-nos a superar dificuldades externas e também os fracassos pessoais; falhamos sim, mas apesar de nossas falhas, depositamos nossa confiança nas promessas de Deus e seguimos buscando o seu reino em nossas vidas.
Piedade: ainda citando os comentaristas Bruce e Green, reflete-se em uma vida marcada pelo temor a Deus e respeito ao próximo(2).
Fraternidade: amor pelos irmãos que professam a mesma fé em Cristo, e vivem a mesma experiência da nova criação de Deus em nós.
Amor: a origem do amor de Deus por nós, manifestado no sacrifício de Cristo, está no próprio Deus, que é amor, e não em nós, criaturas caídas e rebeldes, que não podemos inspirar amor; este amor é o que Deus quer reproduzir em nós, que devemos amar ao próximo de forma prática, sacrificial e independente de quem seja, como testemunho ao mundo do amor de Deus.
O versículo 8 conclui que uma fé real se desenvolve pelo acréscimo destas qualidades, impedindo que os filhos de Deus tenham uma vida cristã prática inoperante e improdutiva (Tiago 2:26); o contrário também é verdadeiro, (versículo 9), demonstrando uma fé morta. Porém, é importante considerarmos que essa evolução na fé não é linear, um sempre avançar sem recuos, tropeções e quedas; nossa natureza pecaminosa ainda está presente em nós, e a luta entre a nossa natureza humana e o nosso espírito seguirá constante enquanto vivermos nesta realidade material contaminada pelo pecado (Romanos 7:22, 23; Gálatas 5:17; Filipenses 3:1 - 14); por isso, a perseverança se dá por depositarmos nossa confiança nas promessas de Deus, e não em nossos próprios esforços.
Assim, nos versículos 10 e 11, vemos que o chamado que recebemos de Deus deve ser consolidado, não baseado em progresso moral pelo esforço humano, mas no alicerce da fé conforme o Evangelho de Cristo (I Coríntios 15:2; Colossenses 1:21 - 23); sem esta fé, se nossa esperança de resultados for depositada em nosso esforço pessoal, a vida será uma sequência de frustrações, e terminará em desespero, devido à nossa incapacidade de cumprirmos os padrões de Deus.
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(1) - BRUCE, F. F. "Comentário Bíblico NVI" - tradução Valdemar Kroker - Editora Vida - 2ª edição, 2012 - página 1.488; GREEN, Michael "2Pedro e Judas - introdução e comentário" - tradução Gordon Chown - Editora Vida Nova - 1ª edição, 1983, reimpressão 2011 - página 64
(1) - BRUCE, F. F. "Comentário Bíblico NVI" - tradução Valdemar Kroker - Editora Vida - 2ª edição, 2012 - página 1.488; GREEN, Michael "2Pedro e Judas - introdução e comentário" - tradução Gordon Chown - Editora Vida Nova - 1ª edição, 1983, reimpressão 2011 - página 66