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segunda-feira, 29 de março de 2021

Série de estudos na 2ª Epístola do Apóstolo Pedro - 3ª parte

 por: José Augusto de Oliveira Maia

29/03/2021


Esta série de estudos foi ministrada pelo autor deste artigo na Igreja Batista de Pinheiros, na classe de discipulado chamada Classe Beta, para novos convertidos, entre o final de 2020 e o início de 2021.

O CUIDADO COM OS FALSOS MESTRES

No capítulo 1, o apóstolo Pedro trata do crescimento na fé e no conhecimento de Deus e de Jesus; a preciosa fé deve ser preservada por aqueles que a receberam, confiantes na autoridade das Escrituras como Palavra de Deus divinamente inspirada; essa Palavra cumpriu-se na pessoa de Cristo, conforme o testemunho dos apóstolos, Pedro entre eles, e este cumprimento foi a base do ensino apostólico, desfrutando da mesma autoridade das demais Escrituras.

Agora, (II Pedro 2:1 - 3), Pedro alerta seus leitores contra falsos profetas do passado e falsos mestres existentes em sua época, em oposição aos profetas inspirados por Deus no passado, e aos apóstolos que Jesus instituiu para o ensino da Igreja; o ensino destes falsos mestres constitui uma negação do Evangelho da Graça, introduzindo uma fé oposta àquela que os discípulos receberam. Pedro alerta que esses falsos mestres serão destruídos de repente, embora muitos venham a ser iludidos por eles, e promoverão escândalos ao ponto de o Caminho da Verdade ser difamado.

Há três marcas que identificavam os falsos mestres:

a) Eram motivados pela cobiça (NVI), termo que pode ser encontrado em outras traduções como "avareza" ou "sórdida ganância"

b) O método usado pelos falsos mestres era o uso de estórias inventadas, ou conforme outras traduções, "palavras fictícias" ou "lendas e artimanhas"; cabe ressaltar que isto nada tem a ver com as parábolas que Jesus criava para ilustrar seus ensinos; Pedro menciona as estórias inventadas pelos falsos mestres como um contraponto ao ensino dos apóstolos, baseado em seu testemunho ocular e pessoal, enquanto que as narrativas dos falsos mestres eram apresentadas por eles como verdadeiras, mas desprovidas do mesmo testemunho

c) O objetivo destes falsos mestres era de explorar, ou "fazer comércio dos ouvintes"

É muito impressionante vermos as palavras do apóstolo Pedro, que não só se cumpriram ao longo da História, mas também refletem as palavras de Paulo aos presbíteros em Éfeso, cerca de sete anos antes desta carta (Atos 20:29 - 35), e encontram cumprimento exato em nossos dias; chama em especial nossa atenção que, ao contrário dos apóstolos, (II Pedro 1:16), o ensino destes falsos mestres baseia-se em estórias inventadas; nada do que eles falam tem o peso da autoridade da Palavra de Deus, nem do ensino e testemunho apostólico; e o objetivo é exatamente o que vemos hoje, com a exploração comercial da boa-fé alheia, manipulada pelo engano, ao contrário do que os verdadeiros apóstolos de Cristo faziam (I Tessalonicenses 2:5; I Timóteo 6:3 - 5).

Tratando do castigo que aguarda estes falsos mestres (II Pedro 2:4 - 10a), Pedro cita 3 exemplos: os anjos que se rebelaram contra Deus, os ímpios contemporâneos de Noé e as cidades de Sodoma e Gomorra; tanto os falsos mestres quanto seus seguidores estão sob o justo juízo de Deus, pois "rejeitam a autoridade" da Palavra de Deus, e correm atrás do ensino que apoia sua vida de impiedade (II Timóteo 4:1 - 4).

Com base nesses exemplos, Pedro fala mais acerca dos falsos mestres e seus seguidores, e do fim que lhes espera (II Pedro 2:10b - 22); um aspecto merece destaque: por vezes, esses falsos mestres e seus discípulos são encontrados na comunhão da igreja local; eles fazem exatamente o que está escrito em II Pedro 2:19: prometem liberdade aos que os seguem, mas são escravos da corrupção.

Portanto, meus irmãos, o cuidado que devemos ter com falsos mestres e falsas doutrinas é realmente muito grande; e no restante desta série, falaremos mais um pouco sobre eles, e sobre o fim que lhes está preparado.