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terça-feira, 30 de abril de 2019

Série de estudos "Cristianismo e Liberalismo" - 8ª parte



por:
José Augusto de Oliveira Maia
09.01.2019


Em nosso estudo anterior(*), observamos as diferenças entre o Cristianismo e o Liberalismo sobre a pessoa de Jesus Cristo, e a rejeição do Liberalismo à apresentação que a Bíblia faz de Jesus, que enfatiza seu nascimento virginal, a ausência do pecado em sua natureza e os milagres realizados por ele, narrados nas Escrituras e rejeitados pelo Liberalismo. 

Prosseguindo nossos estudos, analisaremos as diferenças entre ambas as religiões no tocante à mensagem do Evangelho, especificamente no tocante à salvação das almas; na Teologia, a doutrina da salvação é chamada de soteriologia (gr. soterios = "salvação"; logos = "palavra" ou "princípio").

A FONTE DA SALVAÇÃO DAS ALMAS

Se há um ponto que merece destaque entre o ensino cristão e o ensino liberal é a fonte da salvação:

* o cristianismo encontra a salvação do Homem em Deus, somente

* o liberalismo encontra a salvação do Homem no Homem

A exclusividade da salvação em Deus, conforme ensina o cristianismo, tem larga base bíblica, da qual podemos citar algumas passagens:

I Pedro 1:18 - 20: Pois vocês sabem que não foi por meio de coisas perecíveis como prata ou ouro que vocês foram redimidos da sua maneira vazia de viver que lhes foi transmitida por seus antepassados, mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem mancha e sem defeito, conhecido antes da criação do mundo, revelado nestes últimos tempos em favor de vocês.

Tito 3:4 - 6: Mas quando se manifestaram a bondade e o amor pelos homens da parte de Deus, nosso salvador, não por causa de atos de justiça por nós praticados, mas devido à sua misericórdia, ele nos salvou pelo lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós generosamente, por meio de Jesus Cristo, nosso salvador.

Hebreus 9:13, 14: Ora, se o sangue de bodes e touros e as cinzas de uma novilha espalhadas sobre os que estão cerimonialmente impuros os santificam de forma que se tornam exteriormente puros, quanto mais, então, o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu de forma imaculada a Deus, purificará a nossa consciência de atos que levam à morte, de forma que sirvamos ao Deus vivo!

Por outro lado, o Liberalismo Teológico (LT) vê a morte de Cristo de outras maneiras:

# - como um exemplo a ser seguido
"A essência é que a morte de Cristo teve um efeito, não sobre Deus, mas sobre o Homem. O efeito sobre o Homem, às vezes, é concebido de maneira bem simples, sendo a morte de Cristo considerada, somente, como um exemplo de auto-sacrifício que deve ser imitado por nós." (pág. 102)

# - como uma demonstração do ódio de Deus ao pecado 
"Outras vezes, o efeito da morte de Cristo sobre nós é concebido de uma maneira mais sutil; dizem que a morte de Cristo mostra o quanto Deus odeia o pecado - pois o pecado até levou aquele que é santo para a terrível cruz." (pág. 102)

# - como demonstração do amor de Deus por nós
"Por outro lado, às vezes, a morte de Cristo é vista como uma demonstração do amor de Deus; ela exibe o Filho de Deus entregue por todos nós." (pág. 102)

As afirmativas acima do LT sobre a morte de Cristo contêm verdades em si mesmas; porém, não revelam a maior verdade sobre o sacrifício de Cristo; "Todas essas verdades são encontradas claramente no Novo Testamento. Mas elas são suprimidas por uma verdade ainda maior - que Cristo morreu em nosso lugar, para nos apresentar inculpáveis diante do trono de Deus. Sem essa verdade central, todo o resto carece de sentido. Um exemplo de auto-sacrifício é inútil para quem está sob a culpa e a escravidão do pecado; o conhecimento de como Deus odeia o pecado, por si mesmo, somente traz desespero; uma demonstração do amor de Deus é apenas uma exibição, a não ser que haja alguma razão por trás desse sacrifício. Se a cruz deve ser restaurada ao seu lugar de direito na vida cristã, devemos penetrar mais fundo do que as teorias modernas, para Ele que nos amou e se entregou por nós." (pág. 102, 103).

Em oposição ao apego cristão à narrativa histórica do Evangelho, o LT insiste em nos concentrarmos no que Cristo faz na vida individual de cada um, hoje; mas o abandono da narrativa histórica contida no Evangelho gera um mero misticismo, em si mesmo bem diferente do Cristianismo. "A ligação entre a experiência atual do crente com a aparição histórica de Jesus no mundo é o que impede nossa religião de ser misticismo, e a leva a ser cristianismo. (...) Considerando essa objeção, deveria ser dito que se a religião se tornar independente da História, não há algo como o Evangelho. Pois o Evangelho significa 'boas novas', notícias, informação de algo que aconteceu. Um Evangelho independente da história é uma contradição de termos." (pág. 104).

Enquanto o LT nada oferece para remover a culpa de nosso pecado e nos reconciliar com Deus, o cristianismo, firmemente alicerçado em fatos ocorridos no tempo, oferece a Verdade que transforma pecadores condenados diante de Deus em filhos amados e perdoados deste mesmo Deus.

Porém, há aqueles que afirmam que "O que é realmente necessário, (...) é uma salvação que irá salvar todas as pessoas em todos os lugares, tendo ouvido elas de Jesus ou não, e seja qual for o tipo de vida que levem." (pág. 105); contudo, a ofensa do Evangelho está na proclamação da exclusividade de Cristo como Senhor e Salvador; "Portanto, ao colocar Jesus ao lado de ouros benfeitores da Humanidade, o Liberalismo moderno é completamente inofensivo ao Homem moderno. Todos falam bem disso. É totalmente inofensivo. Todavia, também é inteiramente inútil. A ofensa da cruz é abandonada, mas se vão também a glória e o poder." (pág. 106). (veja Atos 4:12Colossenses 1:15 - 20; Tito 3:4 - 7I Pedro 1:17 - 20).

Contudo, o LT rejeita o conceito de uma morte vicária, isto é, substitutiva; como, questionam os liberais, alguém pode pagar a pena de outra pessoa?

Machen responde a isso dizendo que "É a mais pura verdade que uma pessoa qualquer não possa pagar a punição pelo pecado de outra pessoa. Mas isso não significa que Jesus não podia fazê-lo, pois ele não era uma pessoa qualquer, ele é o Filho eterno de Deus. Jesus é o mestre dos íntimos segredos do mundo moral; ele fez o que nenhum outro poderia fazer: carregou nossos pecados." (pág. 108). 

Assim, quando percebemos que aquele que morreu no cruz do Calvário foi simplesmente o Senhor da Glória, não resta dúvidas de que seu sacrifício poderia pagar pelo perdão de nossos pecados (Hebreus 9:13, 14).

O INIGUALÁVEL AMOR DE DEUS

Seguindo no debate, os liberais afirmam que a doutrina cristã da salvação mediante a fé no sacrifício de Cristo na cruz transforma Deus em um ser vingativo, que exige um resgate a ser pago antes da concessão do perdão; no entanto, tal afirmação afronta a soberania de Deus na salvação, uma vez que foi Ele mesmo, na pessoa de Seu Filho, Jesus Cristo, quem realizou o sacrifício supremo e pagou o resgate pela nossa salvação (João 3:16; Atos 4:24 - 28).

A visão errônea do LT sobre a obra salvadora de Cristo na cruz é fruto de uma visão superficial da gravidade de nossa condição de pecadores diante de Deus; no entanto, Jesus não compartilhava desta visão; "se uma coisa é clara no registro da vida de Jesus, é que ele reconheceu a justiça de Deus como distinta de seu amor. Deus é amor, como disse Jesus, mas ele não é só amor; Jesus falou, com palavras terríveis, do pecado que jamais será perdoado, nem nesse mundo nem no vindouro. Jesus, claramente, reconheceu a existência da justiça retributiva; Jesus estava longe de aceitar a visão moderna superficial sobre o pecado." (pág. 112).

Os liberais modernos deploram a visão da justiça de Deus, afirmando que esta doutrina deprecia a doutrina do amor de Deus; no entanto, é o verdadeiro amor de Deus que O levou a executar contra si mesmo a Sua justiça em prol da Humanidade perdida; "a questão fundamental é que o próprio Deus, e não outro, faz o sacrifício pelo pecado - o próprio Deus, na pessoa do Filho, que assumiu nossa natureza e morreu por nós, o próprio Deus, na pessoa do Pai, que não negou o seu próprio Filho, mas o ofereceu por todos nós. (...) Um amor assim é muito diferente da complacência encontrada no Deus do pregador moderno; esse amor é o amor que não levou em conta o custo; é o amor que é realmente amor." (pág. 113).

O que explica a depreciação de tão grande amor de Deus pelo LT é sua falsa doutrina sobre o pecado; a alegria que poderia ser produzida pela proclamação do amor de Deus é vã e fraca, uma vez que a superficialidade com que nosso pecado é retratado desvaloriza o amor de Deus por nós.

A CORRUPÇÃO DA NATUREZA HUMANA

Contudo, o LT insiste na depreciação do novo nascimento produzido pelo Espírito Santo naqueles que creem na mensagem do Evangelho de Cristo, ensinando que o mal existente em nossa natureza pode ser superado por uma bondade inata.

Embora a graça comum, algo de bom que Deus ainda permite que permaneça no mundo e no Homem, possa trazer alguma luz à nossa existência, ela não pode remover o poder do pecado sobre nós, nem apagar nossa culpa perante Deus; "Não irá remover a doença do pecado. É verdade que irá amenizar os sintomas da doença. Em alguns momentos, a doença fica escondida, e alguns pensam que ela foi curada. Então ela ressurge com força de uma nova maneira, como em 1914, e alarma o mundo. O necessário não é um remédio para aliviar os sintomas do pecado, e sim uma cura que ataque a raiz da doença." (pág. 118).

Assim, a obra redentora de Cristo aplicada pelo Espírito Santo à vida daquele que crê, promove o novo nascimento (João 3:5, 6); "E ele não tem meramente a promessa de ser declarado justo à vista de Deus (ainda que essa abençoada declaração venha a ser confirmada no dia do juízo), ele já é declarado justo aqui e agora. No início de cada vida cristã, encontra-se não um processo, mas um ato pontual de Deus." (pág. 120)

A FÉ QUE SALVA

Porém, baseados na doutrina da justificação pela fé, perguntamos: qual a fé que justifica o pecador diante de Deus?

Ainda em tempos do nosso autor, já era corrente entre as pessoas a valorização da fé, simplesmente como ato de crer, independente do objeto da fé.

Tal consideração sobre a fé, ainda muito presente no século XXI, permanece vulnerável; pois aquele que crê atribui os possíveis resultados de sua crença ao objeto de sua fé, e não ao ato de crer em si; ora, se a fé, por mais sincera e bem intencionada que seja, for colocada sobre um objeto falso, não produzirá o resultado esperado, dado o fato de tal crença ter por alicerce uma mentira; no entanto, a fé sincera direcionada a um alvo verdadeiro, recebe a recompensa, dada a veracidade e confiabilidade de seu objeto. 

Assim, "ter fé em Cristo significa parar de tentar ganhar o favor de Deus por quem você é; a pessoa que crê em Cristo simplesmente aceita o sacrifício que Cristo ofereceu no Calvário. O resultado dessa fé é uma nova vida e toda boa obra; contudo, a salvação em si é um presente absolutamente gratuito de Deus." (pág. 122)

NOVA VIDA EM CRISTO, DESDE JÁ E PARA SEMPRE

No entanto, a pregação dos púlpitos liberais ensina a fé em Cristo como mestre, considerando a obtenção da salvação pela obediência aos seus mandamentos; assim, o LT apoia a esperança de salvação na lei de Deus, e não no sacrifício de Cristo. Além disso, os liberais questionam a doutrina da regeneração com base na permanência da fragilidade humana, e na inclinação de nossa carne para o pecado; contudo, em função disso mesmo, Paulo declara que "A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim." (Gálatas 2:20b); Paulo sempre reconheceu nossa condição humana limitada por uma natureza pecaminosa, e por isso mesmo, põe a certeza de sua salvação na obra redentora de Cristo, confiando que "aquele que começou a boa obra (...) vai completá-la até o dia de Cristo Jesus." (Filipenses 1:6).

"(...) mesmo por dentro da vida cristã existem tristes evidências de pecado. Porém, de acordo com a esperança que Cristo nos deu, haverá uma vitória final, e as lutas desse mundo serão seguidas pelas glórias do céu. Essa esperança acompanha toda a vida cristã; o cristianismo não está limitado a este mundo passageiro, ele mensura todas as coisas de acordo com o pensamento da eternidade." (pág. 125)

O LT, no entanto, vê a religião como algo voltado para esta vida, sem a preocupação com o mundo porvir, uma vez que "o verdadeiro fundamento para essa imortalidade já foi abandonado pela rejeição do registro da ressurreição de Cristo, no Novo Testamento." (pág. 126). 

Sem perspectiva de futuro, o LT acusa o cristianismo de individualismo, enquanto prega não o restabelecimento da comunhão do indivíduo com Deus,  mas sim a reforma da sociedade; contudo, o cristianismo foca a comunhão restaurada com Deus, porém ao mesmo tempo valoriza tanto as sagradas relações familiares quanto o serviço ao próximo, pois "que não ama ao seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ele nos deu este mandamento: quem ama a Deus, ame também seu irmão." (I João 4:20b, 21).

"(...) o cristão acredita que seu principal trabalho é o de salvar almas, e almas não são salvas pelos princípios éticos de Jesus, e sim pela sua obra redentora. O missionário cristão e o trabalhador cristão, em outras palavras, vivendo em seu país ou em lugares distantes, diferente do apóstolo do liberalismo, diz a todo Homem, em todo lugar: 'A bondade humana não conseguirá nada para almas perdidas, você deve nascer de novo."." (pág. 132)

Assim, cristianismo e liberalismo, uma vez mais, diferem gritantemente quanto à doutrina da salvação, pois uma vez que o último coloca suas esperanças na capacidade humana na construção de um mundo melhor, o primeiro exalta a pessoa de Cristo, que em obediência à vontade de Deus, entregou sua vida para pagar o preço da nossa redenção, e ressuscitou para garantir acesso à vida eterna a todos os que nele creem.


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(*) MACHEN, John Greshan "Cristianismo e Liberalismo" - Shedd Publicações - tradução Caio Cesar Dias Peres - 1ª edição - 2012 

quarta-feira, 24 de abril de 2019

A doutrina do culto a Deus



por:
José Augusto de Oliveira Maia
23.04.2019


A DOUTRINA DO CULTO A DEUS

Introdução

O propósito deste texto é apresentar a doutrina bíblica sobre o culto a Deus, em três aspectos: as marcas do culto verdadeiro, o culto e a doutrina cristã, e o significado escatológico do culto. A versão básica adotada do texto bíblico será a Nova Versão Internacional (NVI).

1.) Definindo o termo "culto"

No sentido religioso, culto (ou adoração) é o ato de se prestar honras a uma divindade.

2.) As marcas do culto verdadeiro

Em Deuteronômio 6:4, 13 - 15, lemos a advertência a Israel de que "O Senhor nosso Deus é o único Senhor."; Israel era instruído sobre quem era o Deus que adorava, e que Ele era o único digno desta adoração; Deus é apresentado a Israel como um Deus zeloso, e o culto oferecido a outros deuses era uma ofensa contra o verdadeiro Deus e Senhor, tendo como consequência a destruição de Israel.

Olhando para João 4:4 - 26, encontramos o diálogo de Jesus com a mulher de Samaria; em seu objetivo de levar a mulher à salvação, Jesus constrói este diálogo iniciando com a oferta da água da vida; mas a mulher não iria pedi-la a Ele, uma vez que ela não sabia quem Ele era (v. 10), assim como os samaritanos adoravam ao que não conheciam (v. 22). Jesus então demonstra a ela Sua onisciência, revelando-lhe Seu conhecimento sobre sua vida conjugal (vs. 16 - 18), despertando nela o interesse pela adoração verdadeira; ao constatar a profundidade de Seu ensino, a mulher se recorda: "Eu sei que o Messias (chamado Cristo) está para vir; quando ele vier, explicará tudo para nós." (v. 25). Jesus revela-se a ela, (v. 26), diante da percepção da mulher que está diante de alguém que pode ser o Cristo (vs. 28 e 29).

Finalmente, atentando para o texto de Romanos 12:1 e 2, encontramos Paulo falando sobre o culto a Deus como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; esta forma de culto é descrita de forma prática no versículo 2, exortando à rejeição dos padrões mundanos de vida e à transformação da mente, isto é, da forma de pensar.

Comparando-se estes três textos, vemos que o verdadeiro culto a Deus:

  • necessita de um conhecimento correto sobre quem é Deus, de acordo com a Sua própria revelação 

  • expressa-se através de um viver transformado, como fruto do conhecimento advindo desta mesma revelação 

Portanto, o culto a Deus não está na prática ritualística vazia, desprovida de sentido, nem em circunstâncias exteriores (compare com Isaías 66:1 - 4 e Jeremias 9:23 e 24).

3.) O culto e a doutrina cristã

Embora os primeiros cristãos tivessem o hábito de se reunir todos os dias (Atos 4:26), encontramos dois textos que evidenciam a prática de encontros dominicais, uma vez que a ressurreição do Senhor havia acontecido no primeiro dia da semana (veja Atos 20:7 e I Coríntios 16:1 - 4); o culto cristão primitivo trazia elementos presentes no culto judaico nas sinagogas, salvo a celebração da Ceia (veja Atos 13:14 e 15 e I Coríntios 11:23 - 26).

Assim, as orações, os cânticos, a leitura e exposição das Sagradas Escrituras uniram-se à celebração da Ceia no culto cristão primitivo, com a preocupação de que tudo fosse feito de forma a promover a edificação dos irmãos (I Coríntios 14:26). Essa edificação, necessariamente, passaria pela promoção do ensino da doutrina cristã e da proclamação da mensagem do Evangelho de Cristo (Atos 2:42; Efésios 4:11 - 16; II Pedro 1:3 e 8).

Por isso mesmo, encontramos nos cultos hoje hinos que são cantados em louvor a Deus, e ao mesmo tempo, proclamam e ensinam a doutrina cristã; alguns exemplos, extraídos do "Hinário para o Culto Cristão", seguem abaixo:

HCC 13: Ensina sobre os atributos divinos: sabedoria, perfeição, imortalidade, glória, supremacia, imutabilidade, entre outros.

HCC 90: Ressalta a encarnação de Cristo, essencial no plano de salvação.

HCC 264: Canta o sacrifício vicário (substitutivo) de Cristo por nós, e proclama Seu perdão.

HCC 140: Anuncia a ressurreição do Senhor, e ensina sobre a vida eterna assim concedida a todos os que creem.

HCC 155: Proclama a promessa da segunda vinda de Cristo, a execução da Justiça de Deus, e a salvação eterna de Sua Igreja. 

4.) O significado escatológico do culto

Sendo que a finalidade do culto é a adoração e a proclamação de Deus, no qual a doutrina cristã e a mensagem do Evangelho devem estar presentes, algo de mais excelente deve estar presente pra dar sentido a esta celebração; a esperança escatológica, isto é, a segunda vinda de Cristo, para o estabelecimento final do Reino de Deus, a vitória de Deus sobre o pecado e a rebelião promovida por Satanás, a salvação final da Igreja e o castigo definitivo sobre a Humanidade rebelde, dão o sentido final ao culto; sem a presença desta esperança verdadeira, o culto seria apenas uma expressão religiosa coletiva, mas na prática, sem um significado real.

Referências bibliográficas

ELWELL, Walter A. "Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã" - Tradução de Gordon Chown - Ed. Vida Nova - 1ª edição, reimpressão em volume único, 2009 - volume 1, pg. 21 e 22

GONZÁLEZ, Justo L. "E até os confins da terra: uma história ilustrada do cristianismo" - Tradução de Key Yuasa - Ed, Vida Nova - 1ª edição, 1980; reimpressão em 2008 - volume 1, pg. 150

MORRIS, Leon "1º Coríntios - Introdução e comentário" - Tradução Odayr Olivetti - Ed. Vida Nova - 2008 - pg. 130

FRANGIOTTI, Roque "Padres Apostólicos" - Tradução Ivo Storniolo, Eucldes M. Balancin - Ed. Paulus - 4ª edição, 2008 - pg. 353 e 354

HURTADO, Larry W. "As origens da adoração cristã" - Tradução A. G. Mendes - Ed. Vida Nova - 2011 - pg. 47 a 49, 137 e 138 

"Hinário para o Culto Cristão" - JUERP - 1ª edição, 1990; 5ª reimpressão, 1997