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quarta-feira, 28 de abril de 2021

Nossas orações e a vontade divina

 

por:

José Augusto de Oliveira Maia

28/04/2021


Fui surpreendido outro dia com uma frase, intitulada de "Oração poderosa", através da qual a pessoa pedia uma graça a Deus, concluindo com a afirmação: "O milagre acontecerá em 4 dias."

Confesso minha tristeza ao ver pessoas, inclusive no meio evangélico, apegando-se a este tipo de prática, na qual vejo dois graves perigos para quem a adota:

a) atribuir o poder que pertence a Deus (Salmo 62:11) a uma oração padrão

b) querer estabelecer um prazo dentro do qual necessariamente Deus efetuará o milagre desejado

Imagino que você possa me perguntar: "Mas Tiago não afirma que a oração do justo é poderosa em seus efeitos?" (Tiago 5:16); sim, com certeza; mas quero recordar a você o exemplo que Tiago deu para ilustrar esta afirmação.

Na sequência, ele cita o profeta Elias e a ocasião em que Deus enviou uma seca sobre Israel por causa dos pecados do rei Acabe (I Reis 17:1 e seg.); no caso concreto, não foi pela mera iniciativa do profeta que veio a seca sobre o país, mas como castigo enviado por Deus contra a rebelião do rei e do povo, como o Senhor já havia prometido a Israel desde os tempos de Moisés (Deuteronômio 28:15 - 68); e somente quando o Senhor pronunciou Sua palavra, choveu novamente (I Reis 18:1); não era a palavra ou a oração do profeta que determinava a ação de Deus, mas ele servia apenas como anunciador da vontade divina; Deus é o controlador de tudo o que existe, e não é subordinado à palavra de qualquer homem ou mulher.

Além disso, cumpre observarmos que o mesmo Deus que anunciou a seca através do profeta, também usou o mesmo profeta para milagrosamente prover sustento para a viúva e cura para seu filho (I Reis 17:7 - 24), e para desafiar 850 pagãos idólatras, 450 profetas de Baal e 400 profetas de Asera, com fogo do céu no monte Carmelo (I Reis 18:16 - 40); veja que era um exemplo de homem de Deus com o qual, duvido, qualquer um de nós queira comparar-se nos dias de hoje.

E quero que você recorde que o mesmo Tiago, comparando-nos com uma neblina passageira, exortou-nos a dizer: "Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo." (Tiago 4:13 - 16); ou seja, nossos planos, projetos e desejos devem ser submetidos à vontade de Deus, o qual nos atenderá apenas em conformidade com Sua vontade (I João 5:14).

Assim, Deus nos faz uma séria advertência, para não nos deixarmos levar por esse tipo de prática, a qual em nada se apoia na Palavra de Deus, e sim em costumes supersticiosos e pagãos, que não condizem com a vida que Deus quer para seus filhos.

Deus abençoe você!


segunda-feira, 26 de abril de 2021

Série de estudos na 2ª Epístola do Apóstolo Pedro - 4ª parte

  por: José Augusto de Oliveira Maia

26/04/2021


Esta série de estudos foi ministrada pelo autor deste artigo na Igreja Batista de Pinheiros, na classe de discipulado chamada Classe Beta, para novos convertidos, entre o final de 2020 e o início de 2021.

A NEGAÇÃO DA VERDADE PELOS FALSOS MESTRES

No segundo capítulo da 2ª epístola de Pedro, nós estudamos sobre os falsos mestres, cujas falsas doutrinas eles proclamam como se fossem a Palavra de Deus; vimos que sua motivação é a cobiça material, seu método é a invenção de estórias, e seu objetivo é explorar materialmente aqueles que os ouvem; os falsos mestres praticam tudo isso em oposição ao ministério dos apóstolos, que sacrificaram suas vidas voluntariamente em testemunho de Cristo e do Evangelho, sendo testemunhas oculares do ministério e da glória do Senhor, trabalhando para sustentar a si mesmos e aos outros, enquanto desenvolviam seus ministérios.

Agora, Pedro prossegue (II Pedro 3:1, 2), apelando mais uma vez à memória dos leitores sobre as palavras dos profetas e o ensino dos apóstolos.

Pedro aponta para um outro engano (II Pedro 3:3, 4), que estava sendo semeado por aqueles que negavam a 2ª vinda do Senhor, argumentando que o mundo segue sempre igual ao longo dos séculos.

Assim, o apóstolo opõe-se a este argumento (II Pedro 3:5 - 10), relembrando a criação do mundo, e sua destruição pelas águas do Dilúvio, afirmando que, da mesma forma, o mundo em nossos dias, embora apareça absolutamente estável, está guardado para o dia do juízo; a estabilidade pré-Dilúvio não foi garantia de que não haveria um juízo de Deus sobre os pecados da Humanidade, e os tempos que vivemos hoje com a pandemia de Covid-19 são um exemplo da mesma realidade: tudo o que parece ser absolutamente estável e seguro pode desfazer-se de uma hora para a outra (Lucas 17:20 - 30).

O tempo contado por Deus não segue padrões humanos (Salmo 90:4); Deus é eterno, sem princípio nem fim, e é na perspectiva da eternidade que Ele decide seus atos e realiza sua vontade; porém, na perspectiva temporal humana, o tempo presente é dado para arrependimento daqueles rebeldes que se recusam a crer na Palavra de Deus (Romanos 2:4); podemos ter como sólida a certeza das promessas do Senhor quanto à sua segunda vinda e ao juízo final (Marcos 13:32 - 37).

E assim, no próximo e último estudo desta série, veremos as implicações disso para a vida cristã prática.