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domingo, 4 de janeiro de 2015

Série de estudos sobre o livro do Apocalipse - 8ª parte

por: José Augusto de Oliveira Maia
03.01.2015
A marca e o número da besta
O trecho de Apocalipse 13:16 - 18 fala do número da Besta, 666; com certeza, muito esforço já foi feito para atribuir um significado certo e inequívoco a este número, que é a marca recebida na mão ou na testa daqueles que adoram a Besta; é natural que que este texto desperte nossa curiosidade e ansiedade, uma vez que a marca da Besta é o próprio nome dela, representado pelo número 666; conforme o versículo 18 nos diz, seu número é número de homem, e assim, imaginamos ser possível relacionar o nome da Besta com o nome de algum homem.

De acordo com George Ladd(*), nem o grego nem o hebraico, as línguas originais dos livros da Bíblia, possuíam um sistema numérico, um conjunto de símbolos gráficos que representassem os números, como o que temos hoje (0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9); assim, adotava-se uma técnica chamada gematria, a qual utilizava letras do alfabeto em lugar dos números. O aspecto chave desta técnica é o valor atribuído a cada letra, para que se saiba que número um determinado conjunto de letras está representando.

Considerando em nosso alfabeto as letras K, W e Y, e utilizando esta técnica, atribuímos valores às letras; por exemplo: A = 1, B = 2, C = 3, D = 4, etc; a partir daí, um nome como JOSÉ seria representado pelo número 49 (J = 10 + O = 15 + S = 19 + E = 5); porém, se de outra forma atribuirmos outros valores (A = 10, B = 11, C = 12, D = 13, etc), então teremos JOSE representado pelo número 85 (J = 19 + O = 24 + S = 28 + E = 14).

Se não tivermos a certeza da correspondência entre letras e números, é impossível dizer com precisão que valores foram atribuídos a cada letra do nome da Besta, e portanto, ninguém pode afirmar com certeza que o nome da Besta é este ou aquele; o número da Besta deve ser encarado de maneira simbólica, representando algum sinal que, quando se manifestar, identificará de forma precisa e sem sombra de dúvida a Besta e seus adoradores.

Uma visão do julgamento final

A visão dos 144.000 já foi tratada no capítulo 7; a diferença crucial é que aqui eles são apresentados como aqueles "que não se contaminaram com mulheres, pois se conservaram castos e seguem o Cordeiro...". Em nenhum momento a Bíblia condena o matrimônio nem o relacionamento sexual entre homem e mulher unidos através deste compromisso; a figura aqui apresentada é a da pureza espiritual e a fidelidade a Jesus (Apocalipse 14:1 - 5).

Em contraposição à sedução da Besta para que se adore o diabo, um anjo, tendo na mão o evangelho eterno, isto é, a mensagem de Deus para a Humanidade, proclama que todos devem adorar exclusivamente a Deus, pois é Ele o criador de todas as coisas; o termo adorar, no termo original grego proskineo, tem o sentido de reconhecimento da autoridade e submissão a ela; neste aspecto, adorar a Deus significa levar uma vida de reconhecimento e subordinação à sua autoridade; adorar a qualquer outro, como o caso da Besta ou do dragão, é dar a outros o que pertence unicamente a Deus; daí a justiça da ira e do castigo de Deus sobre a Humanidade que teima em se rebelar contra Ele (Apocalipse 14:6, 7).

A cidade de Babilônia é usada invariavelmente na Bíblia como símbolo de idolatria, perversidade, rebelião contra Deus e resistência ao Evangelho; o anúncio de sua queda mostra o inevitável castigo de Deus; por fim,  é anunciada  a condenação daqueles que se atrevem a adorar a Besta e o dragão; da mesma forma, é prometido aos que permanecem fiéis a Jesus o merecido refrigério. Prevendo o juízo final, a colheita dos infiéis é anunciada, comparada à colheita de uvas para serem pisadas no tanque, chamado aqui de "lagar da ira de Deus" (Apocalipse 14:8 - 20).

As sete pragas finais

Continuando sua visão, João apresenta "sete anjos com as sete últimas pragas, pois com elas se completa a ira de Deus"; porém, antes de tratar das pragas propriamente ditas, João apresenta aqueles que derrotaram a Besta, sua imagem e seu número, louvando o Cordeiro, reconhecendo a soberania do Deus verdadeiro (Apocalipse 15:2 - 4).

Novamente, a fidelidade de Deus ao cumprimento de sua aliança é simbolizada, desta vez pela visão do tabernáculo, tenda construída pelo povo de Israel, dentro da qual ficava a Arca da Aliança; os anjos se preparam para derramar as sete taças da ira de Deus; simbolicamente, as taças e sua bebida serão dadas a beber aos que se rebelam contra Deus, como castigo por sua rebelião (Apocalipse 15:5 - 8).


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http://www.clubedeautores.com.br/book/186241--A__P__O__C__A__L__I__P__S__E?topic=escatologia#.V9hB_B4rLIU


(*) - LADD, George "Apocalipse - Introdução e comentário", Ed. Vida Nova, 1ª edição 1980, reimpressão 2011, pgs. 138 e 139 



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