UBE Blogs

UBE Blogs

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Série de estudos sobre o livro do Apocalipse - 7ª parte

por: José Augusto de Oliveira Maia
02.12.2014
O soar da sétima trombeta
O soar da sétima trombeta, o terceiro 'ai', anuncia a posse do reino deste mundo pelo Senhor e por seu Cristo; isto não quer dizer que, antes deste evento, Deus não fosse soberano sobre todas as coisas; mas significa que chegou o momento em que Deus exercerá em definitivo seu domínio sobre a Criação, julgando e condenando todo o mal existente, e recompensando aqueles que, ao longo da História, permaneceram fiéis a Ele; esta ideia está presente na fala dos 24 anciãos (Apocalipse 11:15 - 18).
O anúncio do estabelecimento do reino de Deus é reforçado pela visão da arca da aliança; no tempo do Antigo Testamento, este móvel, uma caixa de madeira de fino acabamento, com pouco mais de meio metro cúbico, simbolizava para o povo de Israel o pacto de Deus com Seu povo; aqui esta visão reforça a ideia de que Deus é fiel aos Seus propósitos, e que o tempo de cumpri-los, chegou (Apocalipse 11:19).
No nascimento de uma criança, um sinal de esperança
A sequência da visão mostra uma mulher prestes a dar à luz, e um dragão, pronto a devorar o filho desta mulher, assim que ele nascesse (Apocalipse 12:1 - 4).
A figura do dragão é bastante comum no Apocalipse, relacionada ao Diabo (Apocalipse 20:1 e 2); já a figura desta mulher pode ser interpretada com segurança como o povo de Deus, Israel, através de quem, segundo a carne, nasceria Jesus Cristo; o que reforça a ideia da mulher como o povo de Israel são as doze estrelas sobre sua cabeça, e também o fato de ela ser conduzida ao deserto, representando as aflições do povo de Deus e sua dependência d'Ele (Apocalipse 12:6).
Quanto à criança, a afirmação de que ela era "um homem, que governará todas as nações com cetro de ferro", indica que esta criança era o próprio Jesus (Apocalipse 19:11 - 15).
Continuando a visão, João presencia uma guerra na qual Miguel e seus anjos lutam e derrotam o dragão e seus demônios; como sinal de sua derrota, o texto usa a figura do dragão sendo lançado em terra; a vitória de Miguel e seus anjos sobre o exército do dragão é celebrada por uma forte voz do céu, que ao mesmo tempo prediz a fúria do dragão sobre os habitantes do mundo, sabendo que ele tem pouco tempo (Apocalipse 12:7 - 12).
Diante da derrota que sofreu, o dragão dirige-se contra a mulher, mas esta já está a salvo, no deserto; as tentativas do Diabo para atingi-la são inúteis; então, ele se dirige "contra o restante da sua descendência, os que obedecem aos mandamentos de Deus e se mantém fiéis ao testemunho de Jesus." Esta é a verdadeira Igreja de Deus, que não tem placa nem endereço; é formada por aqueles que são fiéis a Deus e a Seu filho, Jesus Cristo (Apocalipse 12:13 - 17).

É neste trecho do Apocalipse que está retratada grande parte (se não a totalidade) do plano de Deus para salvação da Humanidade; Jesus Cristo nasce, pré-destinado por Deus para receber o reino e domínio sobre todos os povos do mundo; irado com o nascimento de Cristo, Satanás faz o possível para frustrar os planos de Deus, sem sucesso; a derrota de Satanás através da morte e ressurreição de Cristo leva-o a voltar-se contra os seguidores de Jesus, o que terminará com sua derrota final. É esta batalha final entre as forças de Deus e os poderes do Diabo que serão representados nos capítulos de 13 a 20 do Apocalipse.

A preparação para a batalha final

Em diversas passagens da Bíblia, a intenção de Satanás de igualar-se a Deus, querendo ser adorado da mesma forma, é apresentada de forma muito clara (Daniel 9:27; Mateus 24:15; II Tessalonicenses 2:3 e 4).

Nesta passagem é apresentada uma besta que subiu do mar; se olharmos para Apocalipse 17:15, podemos interpretar as águas, ou o mar, como uma representação simbólica da sociedade mundial, suas convulsões, movimentos e fenômenos sociológicos e políticos; surgindo do mar, a besta representaria o poder civil, isto é, governos a quem Satanás deu seu poder, seu trono e grande autoridade; o objetivo disto é seduzir a Humanidade e leva-la à adoração não só da besta mas do próprio dragão, cumprindo o objetivo satânico (Apocalipse 13:1 a 8).

Ato contínuo, outra besta é vista saindo da terra; a contradição de sua aparência como de um cordeiro, mas com fala de dragão, deixa claro que seu intento é enganar a Humanidade, tornando aceitável o discurso do dragão, isto é, Satanás. A descrição dos sinais milagrosos feitos por ela pode nos levar à compreensão que, em apoio ao governo civil, uma autoridade eclesiástica se levanta, dando sua concordância aos atos do Estado, cujo objetivo é a exaltação de Satanás à semelhança de Deus (Apocalipse 13:11 - 15).

Ao longo da História, poderes governamentais que perseguiram o povo de Deus, exigindo para si a máxima fidelidade, com sonhos de expansão de um governo que controlasse o mundo, não são nenhuma novidade, desde os tempos do Império Romano até o sistema socialista do século XX; o apoio de autoridades eclesiásticas ao poder civil já se verificou em diversas fases e lugares; como não temos nenhum caso específico que tenha se perpetuado no poder (sistemas políticos apareceram e desapareceram), cremos ser possível interpretar as duas bestas do Apocalipse 13 não exatamente como um determinado governo em uma determinada época, mas como um simbolismo do poder civil, apoiado por autoridades religiosas, usados pelo Diabo para perseguir o povo de Deus, ao mesmo tempo em que seduz a Humanidade a desviar-se da submissão verdadeira a Deus, levando-a a correr freneticamente atrás de seus interesses mesquinhos e encaminhar-se para a destruição, recebendo no final o castigo de Deus por seus pecados.

 
Copie e cole no seu browser o link abaixo e veja o lançamento do livro "APOCALIPSE - novos céus e nova terra"

http://www.clubedeautores.com.br/book/186241--A__P__O__C__A__L__I__P__S__E?topic=escatologia#.V9hB_B4rLIU

Nenhum comentário:

Postar um comentário