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domingo, 1 de fevereiro de 2015

Série de estudos sobre o livro do Apocalipse - 9ª parte



por: José Augusto de Oliveira Maia
01.02.2015
O derramar das sete pragas finais
Apresentados os sete anjos com as sete taças da ira de Deus, que se manifestará através das sete pragas finais, eles recebem a ordem de derramar o conteúdo de suas taças (Apocalipse 16:1).
As três primeiras taças apresentam um aspecto muito interessante: a primeira causa feridas nos adoradores da besta; a segunda e a terceira transformam o mar e as fontes de água doce em sangue; a seguir, um anjo declara a justiça do juízo de Deus, pois "eles derramaram o sangue dos teus santos e dos teus profetas, e tu lhes deste sangue para beber, como eles merecem." (Apocalipse 16:2 - 7). A equivalência entre o pecado cometido e a pena recebida é bem evidente.
Podemos compreender que o termo "eles" refere-se aos adoradores da besta, pois os que não adoraram a besta foram perseguidos e mortos (Apocalipse 13:1). Assim, encaramos este trecho dentro da ótica do livro do Apocalipse, que manifesta o juízo de Deus sobre toda a impiedade e recompensa os justos, aqueles que, mesmo diante da morte, não abriram mão do testemunho da graça salvadora de Jesus Cristo.
A quarta e a quinta taças têm um ponto em comum: elas trazem sofrimento sobre os homens, todos aqueles que adoraram a besta; porém, mesmo reconhecendo que estas pragas são mandadas por Deus, eles se recusam ao arrependimento, e amaldiçoam o nome de Deus. Sua obstinação torna o juízo de Deus ainda mais justo (Apocalipse 16:8 - 11).
O derramamento da sexta taça prepara o cenário para a batalha do grande dia de Deus. O rio Eufrates, no Antigo Testamento, estabelecia um limite geográfico do território de Israel (Josué 1:5), e além deste rio, habitavam povos guerreiros, conhecidos como inimigos dos israelitas; assim, a figura deste rio secando simboliza a remoção da barreira que retém os inimigos do povo de Deus, que agora serão ajuntados em exército pelos espíritos demoníacos enviados pelo dragão, pela besta e pelo falso profeta.
Aqui temos a apresentação de um novo personagem, e uma palavra precisa ser dita sobre ele; este falso profeta, que aqui aparece pela primeira vez no livro do Apocalipse, compõe o mesmo trio antes composto pelo dragão, a besta que subiu do mar e a besta que subiu da terra; sendo que (conforme vimos na parte 7 deste estudo), a besta que subiu da terra representa o poder religioso, é natural compreendermos que o falso profeta e a besta que subiu da terra são o mesmo personagem (Apocalipse 16:12 - 16).
O verso 15 constitui uma severa advertência ao povo de Deus; o momento destas coisas acontecerem é desconhecido, havendo apenas os sinais preditos pelo Senhor; mas um dia virá o castigo de Deus sobre toda a impiedade que Ele abomina; você que conhece o Evangelho de Cristo, como está vivendo? (compare com Apocalipse 18:4, 5).
Finalmente, a sétima taça manifesta o juízo de Deus sobre a grande cidade, Babilônia, símbolo da corrupção humana e da rebeldia contra Deus; ruindo este símbolo, todos aqueles que seguiram seu exemplo sofrem do mesmo castigo; porém, mais uma vez, apesar de reconhecer o poder e a autoridade de Deus, a Humanidade rebelde blasfema contra Ele por causa de seu juízo, e dos castigos que sofre (Apocalipse 16:17 - 21).
A sedução do mundo
Como em todo o Apocalipse fica clara a noção de castigo divino sobre a impiedade, o capítulo 17 é rico em figuras que demonstram a corrupção mundana; termos como "prostituta" e "embriagar", a figura do luxo, ostentação e riqueza, apontam para uma situação de sedução, oferecendo aos povos do mundo uma série de prazeres, que ao mesmo tempo são associados a tudo que é repugnante.
Assim, podemos entender a prostituta como figura da sedução, e os povos da Terra são representados pelas "muitas águas" sobre as quais a prostituta se assenta; fechando a visão, a mulher apresenta-se embriagada com o sangue dos santos, o sangue das testemunhas de Jesus; é um claro simbolismo da luta dos poderes satânicos batalhando contra o povo de Deus, ao mesmo tempo que seduz as pessoas do mundo para afastá-las de Deus (Apocalipse 17:1 - 6).

A besta descrita nesta passagem tem um claro paralelo com a besta descrita em Apocalipse 13:1: sete cabeças e dez chifres; quanto à afirmação de que a besta "era e já não é. Ela está para subir do Abismo e caminha para a perdição.", pode ser comparada com a descrição em Apocalipse 13:3: "Uma das cabeças da besta parecia ter sofrido um ferimento mortal, mas o ferimento mortal foi curado." Sua subida do Abismo equivale à manifestação última de Satanás, antes de ser destruído; compare também a admiração dos habitantes da Terra de Apocalipse 17:8 com 13:4. Em suma, a visão descreve uma manifestação final de Satanás seduzindo os povos do mundo, combatendo o povo de Deus, mas esta manifestação o encaminha para seu julgamento e destruição.

Os versículos de Apocalipse 17:9 - 11 já receberam diversas interpretações, principalmente como uma representação simbólica do Império Romano; mas os estudiosos não conseguem chegar a um acordo comum; sendo assim, parecer ser mais correto e prudente interpretar esta figura da mesma forma como interpretamos as duas bestas do capítulo 13: uma simbologia, mas sem estabelecer uma correspondência específica entre o símbolo e o simbolizado (veja a parte 7 deste estudo).

Quanto aos versículos de Apocalipse 17:12 - 14, vemos os reinos deste mundo colocando-se a serviço de Satanás, preparando-se para uma batalha final contra o Cordeiro de Deus, Jesus Cristo; a destruição dos inimigos de Deus é certa, bem como a vitória prometida aqueles que permanecem fiéis a Cristo.

Por fim, aqueles que simbolizam toda a rebelião e desobediência a Deus voltam-se uns contra os outros, em mútua destruição, cumprindo os juízos de Deus (Apocalipse 17:15 - 18).

A queda da Babilônia: a ruína de um sistema corrompido

O capítulo 18 como um todo apresenta a destruição da Babilônia; como já vimos até aqui, este nome simboliza tudo que há de corrupto no mundo, isto é, tudo aquilo que se afasta dos propósitos de Deus. O engano que este sistema corrupto impôs à Humanidade contaminou os sistemas políticos - "reis da Terra" - e econômicos - "negociantes da Terra" (Apocalipse 18:1 - 3).

O aviso dado nos versículos 4 e 5 é muito claro: todo aquele que se fizer participante deste sistema corrompido receberá o mesmo castigo; por isso, o povo de Deus é alertado para "sair da cidade"; é claro que, se entendemos que todo o mundo se corrompe desta maneira, talvez fosse necessário sairmos do mundo, o que não é possível; mesmo assim, estando no mundo, não precisamos tomar parte na corrupção deste mundo, mas podemos viver nele de maneira sábia, ajudados por Deus, se desejamos de fato servi-lo (Tiago 1:27 e I João 2:15 - 17).

Segue-se então a descrição do castigo imposto à cidade; note-se que seu tormento e aflição são proporcionais à glória, ao luxo e à arrogância em que ela viveu; no versículo 8, ela será alcançada com as suas pragas: morte, tristeza e fome, seguramente, os mesmos sofrimentos que ela trouxe ao povo de Deus (Apocalipse 18:6 - 8).

Nos versículos seguintes, acompanhamos o lamento sobre a cidade, feito pelos reis da Terra e pelos negociantes que viviam de seu comércio; cabe aqui destacar dois aspectos:

a) Além do comércio gigantesco de vários produtos, são listados com as mercadorias "corpos e almas de seres humanos"; esta realidade hoje é bem clara, pois vemos no mundo o consumo de massa escravizando as pessoas, obrigando-as a adquirirem o que não podem nem precisam, apenas por uma questão de "status" sócioeconômico, com produtos que são lançados e em pouquíssimo tempo tornam-se obsoletos, pelo lançamento de outro melhor, mais potente, moderno e bonito; além disso, o turismo sexual hoje é tema comentado normalmente em qualquer reportagem de jornal, revista ou tv

b) um termo é usado três vezes: "em apenas uma hora..."; em apenas uma hora, chegou a sua condenação; em apenas uma hora, tamanha riqueza foi arruinada; em apenas uma hora, ela ficou em ruínas; seguramente este tempo de uma hora tem o objetivo de alertar que toda a prosperidade baseada no engano da Babilônia, o sistema corrupto em que vive o mundo, será destruído rapidamente (Apocalipse 18:9 - 19)

O versículo 20 convida os homens fiéis a Deus a celebrarem a destruição da Babilônia, manifestado como juízo de Deus sobre o pecado e como justiça divina feita aos filhos de Deus, em virtude do que sofreram neste mundo.

Finalmente, a figura de um anjo lançando uma grande pedra de moinho ao mar, apenas para simbolizar  a derrocada final da Babilônia; o último versículo indica que este sistema corrupto assassinou os servos de Deus, e também por isso, a justiça de seu castigo (Apocalipse 18:21 - 24).




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